Nessa discussão mundial sobre energia, o Brasil é o sonho de consumo de qualquer país do mundo. Nossa posição é privilegiada na geração global de energia elétrica descarbonizada, afinal cerca de 78% da eletricidade produzida no país é proveniente de fontes limpas e renováveis como hidroeletricidade, solar, eólica ou biomassa conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica.
Isso dá ao país uma vantagem no esforço global de zerar emissões e limitar a temperatura do planeta nos termos do Acordo de Paris. Por aqui, o desafio de substituir usinas termelétricas, que operam a diesel e gás natural, tende a ser menos complexo quando analisamos o trabalho que vai precisar ser feito na Europa e, principalmente, na Ásia – essas regiões são grandes dependentes de energia fóssil.
Posto isso, podemos olhar o custo da energia como favorável aos empresários brasileiros. Só que não!
Mesmo com todas as vantagens citadas nos primeiros parágrafos, não podemos nos esquecer do famoso custo Brasil que faz chegar bem mais caro o que poderia ser, ao menos, razoável.
Sim, o valor da energia impacta o cotidiano das gráficas e mexe com os pensamentos dos líderes que precisam descobrir novos caminhos para manter a energia produtiva.
Para o ramo gráfico, o lado bom dessa conversa é que os players que fabricam equipamentos – especialmente impressoras – estão chegando com soluções mais pragmáticas quando o assunto é aperfeiçoar a eficiência na redução de consumo de energia.
A fabricante alemã, Koenig & Bauer, apresentou recentemente o Kyana VisuEnergy – sistema que monitora e sugere formas de reduzir o consumo energético das impressoras UV ou convencional. De acordo com a empresa, a solução ajuda a responder perguntas como: Qual é o melhor cenário para rodar uma tiragem de 10 mil folhas com o menor gasto de energia? Como ajustar a produção para economizar sem perder eficiência?
Outra inovação da Koenig & Bauer é o VariDry Blue onde parte do ar quente ainda não saturado é reaproveitada. Com isso, há a possiblidade de economia de 20 a 30% no consumo de energia da secagem, redução de 10 a 15% no consumo total da impressora, possibilidade de impressão frente e verso com mais eficiência, menor impacto ambiental e maior produtividade assegura a empresa.
Vale abrir uma conversa com o profissional que atende a sua gráfica para saber mais detalhes sobre hardwares e softwares que podem trabalhar em sintonia nesse caminho de redução de custos e mensuração de dados.
O negócio do momento é se mexer em busca de alternativas mais saudáveis e rentáveis. Até porque, até a Inteligência Artificial (IA) gasta bastante energia: uma busca no ChatGPT consome até 20% a mais de energia do que uma busca comum no Google. Sim, data centers também gastam bastante energia. Por isso, a recente Medida Provisória já começou a consolidar o caminho para que as instalações de armazenamento e processamento de dados em grande volume sejam reconhecidas como autoprodução, afinal os empreendedores poderão construir o data center e investir na geração adicional para atender o próprio consumo.
É natural, portanto, que a nossa sociedade consuma mais energia. Temos acesso a equipamentos eletrônicos, usamos carros elétricos etc. Para efeito de comparação, o consumo per capita de energia nos Estados Unidos é, aproximadamente, oito vezes maior do que no Brasil.
Dados estimam que os 300 milhões de motores elétricos em operação no mundo consomem 45% da eletricidade mundial. Em 2050, quando a população da Terra tiver mais de 9 bilhões de pessoas, estima-se que a demanda por motores na indústria seja o dobro da atual. Ou seja, a máquina não vai parar.
Do ponto de vista caseiro, a conversa sobre energia é simples de entender: a classe média, para variar, vai pagar o pato. Do ponto de vista empresarial, ou seja, para a sua gráfica, vai ser preciso ficar bem atento para essa questão que pode pesar no bolso do empresário. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, há possibilidade de redução de 26% da tarifa do setor elétrico em dezembro de 2027 com a abertura do mercado livre de energia para todos os consumidores, conforme previsto na medida provisória de reforma do setor elétrico.
E isso é só o começo.
Fique atento, nesse país o oponente mais próximo nem sempre é o mais perigoso.