Quando uma feira setorial se transforma em termômetro de mercado, vale redobrar a atenção sobre seu poder de inovação.
Recentemente, em Barcelona, cobrimos as novidades que cercam o cenário de quem produz rótulos e etiquetas. Aproveitamos para ressaltar que o evento expandiu seu olhar para novos nichos de produtos impressos, como embalagens cartonadas.
O movimento de modificar o nome da feira já é sinal claro dessa mudança. Loupe propõe um próximo evento além do convencional, ou seja, mais integrado, sustentável e tecnológico. Inclusive, é importante ressaltar os novos substratos que podem ser impressos por meio da tecnologia híbrida. Loupe continuará com foco em rótulos, ao mesmo tempo em que reconhece a expansão e diversificação da indústria na última década para embalagens flexíveis e cartuchos dobráveis integrados, disse a organizadora do evento em nota oficial.
De acordo com os organizadores, essa edição de Barcelona quebrou recordes com a participação de mais de 37.000 pessoas. Entre os dados mais relevantes estão o aumento de 18% no número de tomadores de decisão, crescimento de 49% no número de visitantes da América do Sul em comparação com 2023 e aumento de 28% no número de visitantes da América do Norte. A Espanha liderou a lista dos países com maior número de visitantes, seguida por Itália, Alemanha França e Reino Unido.
Nesse momento, há tendências inegáveis.
Como sustentabilidade e regulamentação rigorosa – especialmente o PPWR (Packaging and Packaging Waste Regulation), que coloca toda a cadeia para repensar materiais, adesivos, tintas, filmes, multicamadas, processos de reciclagem e circularidade.
Para impressão flexográfica (digital e híbrida)
Os principais temas foram automação, integração com redes em nuvem e os primeiros desenvolvimentos em interfaces baseadas em inteligência artificial.
As matérias-primas recicláveis estão em pauta. Os substratos monomateriais, adesivos “wash‑off” ou laváveis, filmes leves, liners mais finos e soluções de evaporação de liners são claros exemplos.
Tecnologias de cura LED‑UV na flexografia
Assim como fora visto no offset há anos, as tecnologias de cura LED‑UV estão mais eficientes e menos dependentes de lâmpadas de mercúrio. Essa evolução abre espaço para trabalhar com mais eficiência, especialmente impressos que atendem à indústria alimentícia, reduzindo significativamente riscos de migração de tintas.
Atender tiragens menores, com personalização, é realidade, uma vez que o workflow e as impressoras ganharam pacotes de automação efetivos. Linhas híbridas convergem processos de forma perfeita, com setups nunca antes vistos na história desse ramo.
Em linha, hoje o controle de qualidade é bem mais robusto. Como dito, a automação é crescente e os processos de produção estão mais sustentáveis. Insumos e substratos confiáveis ajudam nessa quebra de paradigma em todos os sentidos.
Para os convertedores, há a possibilidade de criar um ambiente bem mais flexível, olhando pelo prisma da diversificação de portfólio.
Agora, trazendo esse mundo de novidades para nosso mercado interno, notamos que as empresas que decidirem investir em sistemas flexo de última geração sairão na frente. Softwares e hardwares em sintonia, com automação competente, geram menos desperdícios, baixam custos, aumentam a qualidade e atendem regulamentações específicas.
O digital é e será importante. A flexografia vive a fase de harmonização, podendo ser modular também.
Faça uma pausa pós-feira para entender se realmente a sua empresa mensura dados como: quantidade de desperdício, consumo de energia, tempo de trocas de trabalho. Por acaso seu sistema de workflow opera para reduzir erros?
Depois da harmonização vem a maturidade. Gargalos tradicionais precisam ser extintos, variação de qualidade não tem vez!
Rótulos e etiquetas não sustentáveis estarão fora da lista rapidamente. O mundo precisa de embalagens verdes e esse movimento leva você a construir nova relações com seus fornecedores. Hoje a sua empresa precisa de substratos e tintas compatíveis com sustentabilidade.
É claro, porém, que há desafios e, na prática, o discurso não é tão simples assim. A matéria‑prima importada tem preço considerável. Filmes, liners, papéis especiais, tintas LED-UV, entre outros também.
Outro ponto de atenção é que muitas exigências vistas na Europa ainda não são exigidas no Brasil ou América Latina. Ainda! Mesmo assim, o mercado global vai cobrar tal atitude. Conversor que ignorar tende a ficar fora do game.
Mão de obra é barreira. A falta de mão de obra e o preparo para lidar com flexografia de alta performance, curas LED, migração de tinta e automação são barreiras significativas.
O bacana de tudo isso é que o setor de rótulos e etiquetas está sendo observado com mais detalhes. Passa por um processo de refinamento na qualidade e sustentabilidade.
Ponto positivo é que a flexografia não é obsoleta.
Consegue, sim, se alinhar com processos convergentes. Harmoniza perfeitamente com as megatendências.
E mais uma vez estivemos presentes para acompanhar de perto todas tendências e novidades.


